segunda-feira, 12 de abril de 2010

Soneto ao Nada


Arrasta-te em minha alma, ó nada!
Neste noite de perdidos sonhos tecida
teu opaco açoite meu corpo permeia
sob as estrelas empalidecidas ao céu nu.

Navega-me tu, ó nada que lavras
a poesia concreta, clara e polida
meditada em tua maré dorida -
o vácuo fecundo que sentem os poetas.

Ó nada, és estéril e florescente.
Sendo vazio, és em tudo crescente,
desde em meu peito, onde ecoas mudo.

E puro sentimento, vibração com louvor,
daqueles que te sentem, ó nada,
da inspiração és o grande senhor!

Nenhum comentário:

Postar um comentário