sábado, 10 de abril de 2010

Ao amigo Drummond


"No meio do caminho tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho

tinha uma pedra

no meio do caminho tinha uma pedra


Nunca me esquecerei desse acontecimento

na vida de minhas retinas tão fatigadas.

Nunca me esquecerei que no meio do caminho

tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho

no meio do caminho tinha uma pedra"

(No meio do caminho - Carlos Drummond de Andrade)


No meio do caminho tinha uma borboleta

tinha uma borboleta no meio do caminho

tinha uma borboleta

no meio do caminho tinha uma borboleta


Nunca me esquecerei desse acontecimento

na vida de minhas retinas tão esperançadas.

Nunca me esquecerei que no meio do caminho

tinha uma borboleta

tinha uma borboleta no meio do caminho

no meio do caminho tinha uma borboleta


2 comentários:

  1. Assim é a vida da alameda, no chão pedras e mais pedras, no ar sutis e efêmeras borboletas."

    ResponderExcluir
  2. Borboletas,
    infinitas que são,
    esquecem-nos das pedras,
    nosso mal,
    nosso quinhão.

    ResponderExcluir