segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Soneto pra amiga preta.


Nessa, fazia um tempo que não conseguia escrever nada. Odeio quando meus dedos ficam mudos. Felizmente, hoje pensei muito em você, e enfim idéias surgiram. Obrigado por existir em minha vida e me ter feito quebrar tantos "gelos" e segredos que apenas nós sabemos. Te amo, preta!



Quem encontra o dom de arrancar da alma desejos submergidos?
De tornar palavra profundos sons emudecidos?
Dádiva é cantar à vida boa amizade,
matéria rompida do silêncio, sina bem aventurada.

Nesse laço que eu tenho, que em tu, em nós, vivemos
não seja nunca essa alegre corda afrouxada.
É que surdo o mundo vive, e persiste
na solidão da palavra muda pronunciada.

E que vivam os outros protegidos em seus túmulos!
De sofrimentos compomos a matéria de nossos cantos
e saramos da mudez dos nossos lábios.

Dizer que te amo já seria engano
visto que a mim pertences quando me amo
num completo amor de nós mesmos.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Chora menino, tua alma é tamanha que não cabe no teu corpo. Vaza.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Leitura




A poeisa me tirou a vida e arrastou-a por entre linhas
inseguras e tremidas
recortou-me em inúmeros pe-da-ços
em sílabas men-te
em sílaba
sílaba mão
em sílabas ven-tre
so-nho
pê-nis
co-ra-ção
ah, e você acredita que a poesia me põe em sílabas
que me dêem algum sentido?!
frequentemente vejo-me palavra soletrando "SO-RA-NIS",
"MEN-TRE-NHOS"
é sempre um emaranhado,
uma falta de consideração aos meus pedaços silábicos
cheios de saudade das palavras inteiras
e daquela fonética singular que só a palavra amor em sua integridade traz
que mania danada da poesia imitar a vida!
cansei-me, poesia!
quero-me palavra inteira e melodia
quero ler-me em quietude
no meu quarto claro
colados em tuas páginas os meus cacos
minha inteira matéria contida em teu papel
A página foi virada, mas o livro, esse continua o mesmo.
Solidão
devora o tempo
apavora
fere os segundos
rumina a memória
escoa...
escoa...
... demora.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Nietzsche, como sempre gigante!


Uma!
Alerta, homem!
Duas!
Que diz a meia-noite profunda?
Três!
"Tenho dormido, tenho dormido...
Quatro!
"De um profundo sono despertei.
Cinco!
"O mundo é profundo...
Seis!
"E mais profundo do que o dia julgava.
Sete
"Profunda é a sua dor...
Oito!
" E a alegria... mais profunda que a melancolia.
Nove!
"A dor diz: Passa!
Dez!
"Mas toda alegria quer a eternidade...
Onze!
"Quer profunda eternidade!
Doze!


Nietzsche, Assim Falava Zaratustra.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Hoje o testosterona subia à cabeça!


Tá fazendo o que em casa?
Por acaso esta doente?
Ver TV é deprimente, não tem nada mais sem graça
Bom de noite é ir pra rua
Mesmo quando está chovendo
Eu que nunca me arrependo
Tá errado, eu tô fazendo
Vai saber o que é normal?
Só que eu posso lhe dizer:
Bom é quando faz mal

20 caixas de cerveja
Um barril de puro whisky
Quilos de carne vermelha
Fique longe não se arrisque
Não importa onde esteja
E sempre onde tem mais barulho, maior cheiro de bagulho
Disso eu me orgulho
Vai saber o que e normal?
E só que eu posso lhe dizer:
Bom é quando faz mal

Consequência qualquer coisa traz
Quando é bom nunca é demais
E se faz bem ou mal tanto faz, tanto faz, tanto faz

Tá fazendo o que em casa?
Por acaso esta doente?
Ver TV é deprimente, não tem nada mais sem graça
Bom de noite é ir pra rua
Mesmo quando está chovendo
Eu que nunca me arrependo
Tá errado, eu tô fazendo
Vai saber o que é normal?
Só que eu posso lhe dizer:
Bom é quando faz mal

Conseqüência qualquer coisa traz
Quando é bom nunca é demais
E se faz bem ou mal tanto faz, tanto faz, tanto faz


Matanza - Bom é quando faz mal

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Novos rumos


todo hiato é espaço vazio
prelúdio do início
além fim