terça-feira, 30 de novembro de 2010

em construção

Dizem que o ódio é uma palavra forte
que não deve ser dita ao acaso, em momentos de furor
mas todos amam o amor, e repetem-o a todo instante
não seria o amor também uma palavra forte?

Além da trilha escura
habita uma chama colorida
que reclama, grita

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Home, sweet home...


Já faz um tempo que me sinto em casa apenas quando estou fora dela

sábado, 27 de novembro de 2010

Simultaneidade


"- Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo! Eu creio em Deus! Deus é um absurdo! Eu vou me matar! Eu quero viver!
- Você é louco?
- Não, sou poeta."

Mário Quintana

Recebi esse poema há algum tempo de uma pessoa muito especial em minha vida. Junto ao poema ela escreveu algo como "não pude não pensar em você..."

Fênix


"Como consegui suportar? Como conseguir suportar com espírito elevado semelhantes feridas? Como ressuscitou minha alma desses túmulos?
Sim? Há algo íntegro em mim, qualquer coisa que não se pode enterrar e que faz rolar os rochedos; denomina-se a minha vontade. Essa atravessa os anos silenciosa e imutável.
A minha antiga vontade quer andar com passadas normais; sua razão é dura e invulnerável!
Eu sou vulnerável apenas no calcanhar!
'Assim vive você sempre, pacientíssima, igual a você mesma. Passou sempre todos os túmulos!
Em você ainda vive o irresgatável da minha mocidade, e viva e jovem permanece sentada, esperançosa, sobre as amarelas runínas das sepulturas.
Sim; você para mim é ainda é a destruidora de todos os túmulos. Salve, minha vontade! E só onde há sepulturas é que há ressurreições."
Assim falava Zaratustra.

sábado, 20 de novembro de 2010

Força?

"O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte"
Nietzsche


Verdade? Freud dizia que a principal responsável pelas pertubações psicológicas é a frustração. Nem sempre a dor te põe para frente.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010


Cerveja, filosofia e Jethro Tull: mistura perfeita.

Zeus




Com o tempo você aprende que há pessoas que definitavente não merecem teu perdão. Descobre que é preciso inteligência para que o amor não te destrua. Mais ainda, entende que o sangue, décadas de convívio e o suposto "amor natural" não querem dizer absolutamente nada. A questão correta talvez não seja como amar, mas por quê.

domingo, 7 de novembro de 2010

Se isso não foi para o romance Crime e Castigo eu me dane!


"O juiz vermelho fala assim: 'Por que foi que este criminoso matou? Queria roubar'.
Mas eu vos digo: a sua alma deseja sangue e não o roubo; tinha sede do gozo da faca!
A sua pobre razão, porém, não compreendia essa loucura e decidiu-o: 'Que importa o sangue? disse ela. - Nem ao menos deseja roubar ao mesmo tempo? Não deseja você vingar'?
E atendeu a sua pobre razão, cuja linguagem pesava sobre ele como chumbo: então roubou ao assassinar. Não queria envergonhar-se da sua loucura.
E agora pesa sobre ele o chubo do seu crime; mas a sua pobre razão está tão neutralizada, tão torpe!...
Se ao menos pudesse agitar a cabeça, a sua carga cairia, mas quem agitará esta cabeça?
Quem é este homem? Um conjunto de efermidades que, pelo espírito, abre caminho para fora do mundo, onde querem apanhar a sua presa.
Quem é este homem? Um bando de serpentes ferozes que não podem entender-se; por isso cada qual vai por seu lado procurar presa pelo mundo.
Vede este pobre corpo! O que ele sofreu e o que desejou, a alma o interpretou a seu favor: interpretou-o como deleite e desejo sangüinário do prazer da faca.
O que adoece agora, vê-se dominado pelo mal, que é mal agora; quer fazer sofrer com o que o faz sofrer; porém houve outros tempos e outros males e bens.
Antes era um mal a dúvida e a vontade própria. Então o enfermo torna-se hereje e bruxo sofria e fazia sofrer.
Porém isto não quer penetrar nos vossos ouvidos: prejudia, dizeis, os vossos bons; mas que me importam a mim os vossos bons?
Nos vossos bons há muitas coisas que me causam aversão, e certamente não é o seu mal."

Assim Falava Zaratustra, Nietzsche.

Não é de hoje que relações entre Dostoiévski e Nietzsche são evidentes. Postei esse trecho do Zaratustra apenas para registrar aqui as palavras do filósofo ao profundo personagem Raskolnikóv. E mesmo que já existam trabalhos sobre o tema, quando o assunto atravessa esses dois gênios não tem psicologia que aguente.

"É verdade: amamos a vida não porque estejamos habituados a ela, mas ao amor.
Há sempre o seu quê de loucura no amor; mas também há sempre o seu quê de razão na estultícia.
E eu, que me sinto bem com a vida, creio que para conhecer felicidade não há como as borboletas e as bolhas de sabão, e o que se lhes assemelhe entre os homens.
Ver revolutear essas almas aladas e loucas, encantadoras e buliçosas, é o que arranca lágrimas e canções de Zaratustra.
Eu só poderia crer num Deus que soubesse dançar.
E quando vi o meu demônio, pareceu-me sério, grave, profundo e solene: era o espírito do pesadelo. Por ele caem todas as coisas.
Não é com rancor, mas com sorriso que se mata. Adiante! liquidemos o espírito do pesadelo!"

Ler e escrever; Assim falava Zaratustra; Nietzsche.

P.S: a escolha de Vaslav Nijinsky para a foto não foi à toa.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Tempo


Ticking away the moments that make up a dull day
Fritter and waste the hours in an offhand way
Kicking around on a piece of ground in your home town
Waiting for someone or something to show you the way

Tired of lying in the sunshine staying home to watch the rain
And you are young and life is long and there is time to kill today
And then one day you find ten years have got behind you
No one told you when to run, you missed the starting gun

And you run and you run to catch up with the sun, but it's sinking
Racing around to come up behind you again
The sun is the same in a relative way, but you're older
Shorter of breath and one day closer to death

Every year is getting shorter, never seem to find the time
Plans that either come to naught or half a page of scribbled lines
Hanging on quiet desperation is the English way
The time is gone, the song is over, thought I'd something more to say

Home, home again
I like to be here when I can
And when I come home cold and tired
It’s good to warm my bones beside the fire
Far away across the field
The tolling of the iron bell
Calls the faithful to their knees
To hear the softly spoken magic spells.

Florbela: não é lá essa poetisa toda... mas segue um classicão português!


Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui... além...
Mais este e aquele, o outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar.

E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...