segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Soneto pra amiga preta.


Nessa, fazia um tempo que não conseguia escrever nada. Odeio quando meus dedos ficam mudos. Felizmente, hoje pensei muito em você, e enfim idéias surgiram. Obrigado por existir em minha vida e me ter feito quebrar tantos "gelos" e segredos que apenas nós sabemos. Te amo, preta!



Quem encontra o dom de arrancar da alma desejos submergidos?
De tornar palavra profundos sons emudecidos?
Dádiva é cantar à vida boa amizade,
matéria rompida do silêncio, sina bem aventurada.

Nesse laço que eu tenho, que em tu, em nós, vivemos
não seja nunca essa alegre corda afrouxada.
É que surdo o mundo vive, e persiste
na solidão da palavra muda pronunciada.

E que vivam os outros protegidos em seus túmulos!
De sofrimentos compomos a matéria de nossos cantos
e saramos da mudez dos nossos lábios.

Dizer que te amo já seria engano
visto que a mim pertences quando me amo
num completo amor de nós mesmos.

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