quinta-feira, 15 de setembro de 2011
terça-feira, 6 de setembro de 2011
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Bom humor!
"A mim me parece que a razão tem de mandar sobre a vontade. Isto parece ser a coisa mais fria e mais forte que se pode dizer. Mas creio que somos racionais, e temos a obrigação de ser racionais, e de não nos deixar levar, jamais, pelo instinto. Ou seja, recuso-me a chorar, a ficar insatisfeita, deprimida. Ah, mas a depressão existe... sim. Pois sim... mas tomamos uns comprimidos e vamos trabalhar, ponto. Sou a favor dos fármacos. Ouve, uma vida inteira a sofrer com dores, quando agora temos fármacos que nos ajudam e vêm uns quatro gurus dizer: Não... é que fazem mal! Não, o que faz mal é passar mal! Temos que desdramatizar sobretudo nós, os privilegiados. Eu não posso estar e não me posso dar ao luxo de estar desesperada, nem sem esperança, nem triste, porque tenho tudo. E mais, tenho, inclusivamente, força para combater, que é o maior privilégio!"
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Felicidade.
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
domingo, 21 de agosto de 2011
Cristo
Descobri, agora à noite, o que sempre me afastou do cristianismo: o sentido para com tudo no universo. A explicação cristã sobre a origem, a vida e o além são, no mínimo, responsáveis pelo meu afastamento dos exercícios de fé. Contudo, percebi que sabedoria do nazareno não atinge seu cume na filosofia lógica, mas na atuação, na fé prática. Cristo não foi um grande filósofo sistemático simplesmente porque não era para ele ter sido. Ele não veio para explicar o mundo, mas para apontar um caminho, uma possibilidade de fuga diante do trágico. A filosofia cristã, neste sentido, é puramente experimental, porque Deus não é semântico - e a isso deve-se preservar os mistérios ou encarar a loucura e os perigos de uma fé sistemática -, mas uma força que se imiscui nos sentidos construídos na prática do ser enquanto possibilidade de felicidade humana. Pensar assim é arriscar aquilo que Agostinho havia postulado em seu Cidade de Deus: que um dia a metafísica faria sentido e futuro e presente seriam uno, o paraíso tomaria conta do terreno. É possível pensar, nessa linha lógica, um efeito inverso: não que a o além tome a matéria, mas que a prática divina se faça óbvia, que o paraíso seja terreno. Por isso a imagem de Cristo mais querida por mim, tinha que ser uma borrada. O Deus cristão jamais pode ser inteligível.
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
O dharma é bom companheirooooooo, niguém pode negar! =D
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
sábado, 13 de agosto de 2011
Poema ao pai pintor
Ingenuidade é limitar o Amor à palavra.
O silêncio lavra o sentimento
e fala.
Que é voz? O nada.
Parca vontade de dizer – limitada.
Além do não dito do mundo
infla a força do Ser.
Aguda, calada, emana o que é
e coagula se cárcere, explode:
em raiva,
em tristeza,
em drama,
em melancolia,
em não se sabe o que faz mal,
mas que faz.
Mas se não explode,
se escorre com carinho
pelo olhar debruçado sobre não sei o quê,
por entre abraços
ou pelos dedos,
cria-se da vida a boa (e verdadeira) paisagem:
aquela que teus dedos pintaram com arte
e essa, que eu pinto quando te escrevo!
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
sábado, 30 de julho de 2011
Ansiedade
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Graça plena.
terça-feira, 26 de julho de 2011
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Stalker
"Vivi muita desgraça. Tive muito medo e vergonha. Mas nunca me arrependi, nem nunca invejei ninguém. Foi o meu destino, a minha vida... A gente é assim. Mesmo sem as desgraças, a nossa vida não teria sido melhor. Teria sido pior. Porque, nesse caso, não haveria felicidade. Nem esperança."
quinta-feira, 7 de julho de 2011
terça-feira, 28 de junho de 2011
Meditativo 2 (em andamento)
Meditativo 1
domingo, 26 de junho de 2011
Se engana quem da ida do inverno assiste a esquiva da dor. Flores são flores. Ser dói para ser. Entre o adeus frio, cáustico e cruel da ordem da mundo, entre o gelo espremendo molhado e duro os nervos, entre a nevada de dor e a matéria rósea, amarelada, vermelha ou alva da flor, há o querer. Porque as flores não nascem com a fuga do inverno, elas germinam porque querem.
domingo, 19 de junho de 2011
E.T
Ensinamo-nos a falar, e de tanta inquietude quis guardar todo o mundo em palavra.
Frustrou-se com os limites da linguagem e se sentiu só.
Despiu-se da vaidade explicativa do mundo e de nós fez-se em silêncio solene.
Tanta sapiência o distanciou do sangue humano. Egoísmo despir-se de ser a si e ser o Ser? Não sabe responder-se, apenas se sentiu solitário no leito da contemplação do não dito.
Incompreendido da palavra e mais ainda da desistência do verbo, fez-se híbrido entre pensamento e vazio.
E desde então *
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Deus
Andei exercitando o corpo, e colhi bons resultados. Andei exercitando a mente e pacientemente espero. Hoje, eu exercitei alma (coisa rara no mundo), e que tumulto se fez no meu corpo e minha mente. Obrigado, Deus, por fazer teu mistério além das palavras, mas não além do som, obrigado por se fazer em Bach.
quinta-feira, 9 de junho de 2011
sexta-feira, 3 de junho de 2011
A fonte do ser e os canais do devir (poema 25)
sábado, 28 de maio de 2011
I have your passion, my old friend.
Descontente de todos e descontente de mim, gostaria de redimir-me e orgulhar-me um pouco no silêncio e na solidão da noite. Almas dos que amei, almas dos que cantei, deem-me forças, apoiem-me, afastem de mim a mentira e os miasmas corruptores do mundo, e vós, Senhor meu Deus, concedei-me a graça de produzir uns bons versos que me provem a mim mesmo que não sou o último dos homens nem inferior àqueles que estou deprezando!
domingo, 15 de maio de 2011
Bukowski
"If you're going to try, go all the way. Otherwise, don't even start. This could mean losing girlfriends, wives, relatives and maybe even your mind. It could mean not eating for three or four days. It could mean freezing on a park bench. It could mean jail. It could mean derision. It could mean mockery--isolation. Isolation is the gift. All the others are a test of your endurance, of how much you really want to do it. And, you'll do it, despite rejection and the worst odds. And it will be better than anything else you can imagine. If you're going to try, go all the way. There is no other feeling like that. You will be alone with the gods, and the nights will flame with fire. You will ride life straight to perfect laughter. It's the only good fight there is."
domingo, 8 de maio de 2011
domingo, 1 de maio de 2011
terça-feira, 26 de abril de 2011
Tecendo o amor (a João Cabral de Melo Neto e Larissa Botto)
Cada segundo que passa tece o encanto e o desencanto do mundo.
O meu segundo, o teu segundo, o segundo deles, outros tantos segundos emaranhados.
Assim se ergue a azul manhã, à força de um segundo de um galo que canta
e outros segundos de canto deste galo mesmo.
E além: outros segundos de cantos de tantos outros galos
apanhados à estrela luzidia: o Sol já acordado.
Como não se faz em um segundo a alvorada
meu despertar exprime-se em vários:
segundo após segundo (a vista inda de sono enevoada)
palpita o coração pesado a cada ponteiro levantado em busca do futuro
sete horas e cinco minutos e dois segundos
sete horas e cinco minutos e três segundos
sete horas e cinco minutos e quatro...
cinco...
seis...
sete segundos!
Parece que uma chave de rosca torce a aorta e o sangue se entorta todo para chegar ao coração.
Dói, e dói mesmo. E chamo isso de saudade.
Saudade é o encanto que habita o desencanto da ausência.
Os segundo que te não vejo, que te não ouço
que te não toco, que te não beijo
que mais são que ensejos do que há por vir?
São segundos de morte que querem brotar em vida.
Por isso gosto quando te calas: o silêncio cava-me a sede de tua voz.
Por isso gosto de te não ver-te: atroz a saudade cresce em que te fala.
E como um galo não tece a manhã com um canto solitário
a nós o amor só se mostra aveludado
ao encontro do segundo meu ao segundo teu
ao instante caro de sorrisos encontrados em nossos lábios
ao sangue circulando com vontade em minha aorta então recuperada.
A saudade que mata se converte em alegria
e dura o suficiente para revelar-se dor e falta.
É que te amo como um galo que acorda a manhã
e silencia, para vê-la fugir em saudade
e cantá-la para um novo dia!
sábado, 2 de abril de 2011
Valeu, Lula!
A FORÇA DA CANÇÃO
Não deixe que o mundo malvado destrua
A força da sua mais nova canção
Que o monstro sedento lhe oprima e lhe assuste
Em seu desajuste, lhe roube a emoção
Não deixe que a dura visão do abandono
Lhe torne tão louco como um cão sem dono
Vagando na rua sem ser de ninguém
Que os galhos profundos dos golpes da vida
Lhe tomem, se tornem eternas feridas
De uma força maior que lhe afaste do bem
Porque a maldade, meu bem na verdade
É o puro retrato da realidade
Dos homens mais fracos que perdem a partida
Mais pelo contrário, reúna-se aos seus
Quando e se puder faça as pazes com Deus
Talvez uma luz lhe indique a saída
quarta-feira, 30 de março de 2011
Mother Mary
Let It Be
quinta-feira, 17 de março de 2011
Tem que ser assim mesmo...
Vela
L'amour
terça-feira, 8 de março de 2011
Deixa que floresçam...
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Publicação
De acordo com notícias que recebi hoje esse será o meu primeiro poema publicado em livro. O escrevi quando tinha 18 ou 19 anos, tão distante e tão perto do que sou hoje.
Ensina-me como deixar de pensar (ou O Cruzado)
E o vício, não longe, de tão perto
Não findara acalentar
Surgiam luas, passaram dias
E eu, errando em brumas frias
Ainda estulto, continuava a vos amar
Meu corpo, granítico em áridas noites
Não reclamava, ó Deus, dos vossos açoites
Sôfrego esquecimento, impossível de clamar
Recordava-me imerso em batalhas
Donde à vida a morte emana
Sangue, tripas, presentes de navalha!
Cimitarra! Presteza que minha alma inflama
Brados ecoavam pelos campos
Oníricas bandeiras, imanes rajadas
Donde a vida tange a falha
E o erro, exala o pranto
Eis em guerra o que vejo
Lugar, em que a fúria arde em medo
E quem vence é sempre santo
Diz-me, ó Deus das causas justas
Se não vedes o que vejo perante o céu
Quem és tu, alma iníqua, para perdoar o infiel?
De que valem pequenas abusas
Se o teu ser, arde em fel?
Exaspero-me em vossos mandamentos
Não, não quero mais ser um cruzado
Tombo, saturado em tormentos
Pois Cristo, ó Deus, possui coração ávido
Deslembrar-te eu quero, mas, me diz:
“Por que ainda sou tua meretriz?”
O sono da razão produz monstros
Mas, seu despertar não afaga sentimento
Coisas de mau amor que faz ferir
E que não susta um só momento
Ai daquele que pensar em pensamento
Que por aí há maior pensar que o sentir
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Aos amigos que não entenderam o silêncio dos últimos meses do ano passado.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Bachianas Brasileiras, No 5: Aria
Tarde uma nuvem rósea lenta e transparente.
Sobre o espaço, sonhadora e bela!
Surge no infinito a lua docemente,
Enfeitando a tarde, qual meiga donzela
Que se apresta e a linda sonhadoramente,
Em anseios d'alma para ficar bela
Grita ao céu e a terra toda a natureza!
Cala a passarada aos seus tristes queixumes
E reflete o mar toda a sua riqueza...
Suave a luz da lua desperta agora
A cruel saudade que ri e chora!
Tarde uma nuvem rósea lenta e transparente
Sobre o espaço, sonhadora e bela!
Por que essa letra ainda não tinha parado aqui? Oxe!
Uma das músicas que mais escutei (escuto) na vida. Composição de Villa-Lobos e letra de Ferreira Gullar.
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Hoje lembrei de Vandré...
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Tarkovsky
domingo, 23 de janeiro de 2011
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Pensamento do Doutor Fausto para começar o dia
A luz de novo se vê,
Fica a alma iluminada,
Sabe o coração quem é.
Volta a falar a razão,
Renasce a esperança perdida,
E em nós cresce a aspiração
Aos rios e às fontes da vida"
Goethe
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
É sério, eu cansei de tanta mediocridade.
"Aqui não existem loucos. Aqui existem pessoas sensíveis que não aguentam a loucura do mundo aí fora"
Essa frase foi extraída do discurso de um interno de um hospício, durante uma entrevista.
Vazio
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Os homens tolos
(uma paródia eliotiana em dizeres de esperança)
I
Nós somos os homens tolos
Os homens insilenciados
Um nos outros desamparados
Nossas bocas cheias de vozes
Emudecidas ao medo de nós mesmos
Sussurram frias e emudecidas – ai de nós!
Como sapos que coaxam nos pântanos
Ou o vento no mato molhado
Em nossa varanda solitária
Voz sem palavra, mas ainda voz
Cochicha a humanidade
Gesto sem resposta, ação sem vigor
Responde nossa vontade
Aqueles que nos deixaram
E partiram de olhos fechados para o único reino da morte
Nos recordam – se o fazem – não como vazias
Almas imateriais e caladas, mas como
Os homens que sussurram
Os homens tolos
V
Aqui plantamos as açucenas
as açucenas, as açucenas
além do inverno as açucenas florescem
Na rubra e vívida primavera
Entre a idéia
E a realidade
Entre o movimento
E a ação
Ergue-se a esperança
Porque Tua é o reino dos homens
Entre a concepção
E a criação
Entre a emoção
E a reação
Ergue-se o ato
A vida é curta para lamentação
Entre o desejo
E o espasmo
Entra a potência
E a existência
Entre a essência
E a descendência
Ergue-se a palavra
Porque Tua é o reino da vida
Porque Tua é o reino da vida
Porque Tua é o reino da VIDA
E assim expira o velho mundo
E assim suspiram os velhos homens
Não como um lamento
mas um incômodo silêncio
O ar preso de revolta
Não de ira na garganta
Mas de um grito que se anuncia
De esperança
E compaixão.